Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2014



Pelo quarto ano consecutivo,  vamos ao balanço do Futebol Brasileiro em 2014.
Considero que esta análise possa servir para projeções futuras, histórico do passado e algumas conclusões interessantes, visando principalmente o índice de protagonismo dos 12 principais clubes do Brasil.
As análises foram efetuadas baseadas nas performances das equipes desde 2006, nos seguintes campeonatos:
- Estaduais do SP / RJ / MG / RS
- Copa do Brasil
- Campeonato Brasileiro *
- Taça Libertadores da América
- Copa Sul-americana
- Campeonato Mundial de Clubes

- Recopa Sul-americana
*considerei 2006 por ter 20 equipes e por 2005 ter havido fatores extra campo que interferiram na classificação final

OBS 1: Não existem pesos diferentes para cada campeonato, o que se pretende medir é o protagonismo dos clubes brasileiros em todos os campeonatos disputados durante a temporada.

OBS 2: Não é considerado título de Série B
Seguem abaixo as conclusões para análise, críticas e sugestões de todos vocês:

Campeonato Brasileiro
  • Pela terceira vez nos últimos 9 anos o Campeão Brasileiro  também ganhou o estadual no mesmo ano (Flamengo 2009 / Fluminense 2012, Cruzeiro 2014).
  • Mantendo o histórico dos últimos 10 anos, 02 Campeões Estaduais ( Cruzeiro e Internacional) dos 4 principais estados do Brasil se classificaram no G4 em 2014. Em 2012 e 2013 apenas 01 campeão estadual se classificou no G4.
  • Pelo terceiro ano consecutivo o Campeão Brasileiro, Cruzeiro com 80 pontos e aproveitamento de 70%, teve aproveitamento acima da média dos últimos 8 anos (73 pontos/ 64%). Como em 2012 o Fluminense fez 77 pontos e o Cruzeiro em 2013 fez 76 pontos, a média para ser campeão brasileiro subiu para 76 pontos (66.6% de aproveitamento).
  • Pelo segunda vez desde 2006 o aproveitamento do 16º  colocado (Palmeiras com 40 pontos e  aproveitamento de 35%) ficou abaixo da média dos últimos 8 anos (43 pontos). Coincidentemente em 2006 o Palmeiras também foi o 16º  colocado, com 44 pontos. Esse aproveitamento foi o mais baixo desde o início dos pontos corridos em 2003.Como previsto no final do primeiro turno. 
  • O Vitória, com 38 pontos (33% de aproveitamento) foi o pior aproveitamento do 17º  colocado desde o início dos pontos corridos em 2003. Em 2006 a Ponte Preta foi rebaixada com 39 pontos (34% de aproveitamento). 
  • Voltando a média histórica, apenas clubes dos 4 principais estados do Brasil se classificaram no G4. O Atlético-PR em 2013 e o Paraná Clube em 2006 são as únicas exceções.
  • O Cruzeiro fez 67 gols, superando a média de gols marcados para um time ser campeão, que  é de 62 gols. Em apenas 03 anos o campeão fez menos que 60 gols.
  • As 03 equipes que se classificaram no G4 praticamente mantiveram a média de 53 gols. Pela segunda vez um time do G4 fez menos que 50 gols (Corinthians 49 gols).
  • Cruzeiro tomou 38 gols, acima da média de gols sofridos para um time ser campeão, que  é de 34 gols. Em apenas 01 ano um time foi campeão sofrendo mais de 40 gols.
  • As 03 equipes do G4 tiveram uma média de 37 gols sofridos, abaixo da média, que é de 46 gols. Em apenas 02 anos um time do G4 sofreu mais de 50 gols.

Taça Libertadores da América


  • Mantendo o histórico dos últimos 9 anos, o Campeão Brasileiro do ano anterior não é campeão da Libertadores da América no ano seguinte. A única exceção dos últimos 9 anos foi o Corinthians em 2012.

Performance dos 12 principais times do Brasil nos últimos 9 anos
Time
Títulos Conquistados
Participação em Finais *  e/ou G4
Títulos em 2014
Posição em 2013
1) Internacional
13
5
01 Estadual
1
2) Santos
8
3
0
2
3) Flamengo
8
2
 01 Estadual
4
4) Cruzeiro
7
6
  01 Brasileiro
01 Estadual
5
5) Corinthians
7
3
  0
3
6) Atlético Mineiro
6
1
   01 Recopa     01 Copa do Brasil
8
7) Fluminense
4
4
0
6
8) São Paulo
4
4
0
7
9) Grêmio
3
5
0
9
10) Botafogo
3
1
0
10
11) Palmeiras
2
1
0
11
12) Vasco
1
2
0
12


*   Finais - Copa do Brasil, Sul-Americana, Libertadores, Mundial de Clubes.

Conclusões


  • O Flamengo voltou ao Top 3, desta vez em segundo lugar, recuperando a posição que mantinha em 2011.
  • O Internacional permanece pelo quarto ano consecutivo como o líder do ranking, mas sua posição está sendo garantida pelos títulos estaduais e participação no G4, assim como o Flamengo com as conquistas estaduais.
  • Corinthians permaneceu apenas um ano no Top 3, saindo novamente em 2014.
  • O Atlético Mineiro saltou do 11º lugar em 2011 para a oitava posição em 2013 e agora para a sexta posição em 2014, sendo o clube com maior evolução nos últimos 4 anos.
  • O Vasco permanece pelo terceiro ano consecutivo em último lugar dos 12 principais times do Brasil.
  • O Atlético Mineiro entrou pela primeira vez entre os seis primeiros do ranking.
  • O Grêmio fazia parte dos seis primeiros em 2011, e pelo segundo ano fica na segunda metade do ranking.
Os times com mais conquistas sempre serão os que mais arrecadarão, consequentemente atrairão investimentos, jogadores, torcedores e exposição na mídia. Corinthians e Flamengo continuam com maiores arrecadações devido à suas respectivas audiências, já o Atlético Mineiro e Cruzeiro, pelo segundo ano consecutivo, continuam se destacando nestes quesitos.  

O Santos pós Neymar, ainda permanece no Top 3 mas precisa tomar medidas se manter no topo pois, caso contrário, corre o risco de ir para a segunda metade do ranking em no máximo dois anos.

Nos últimos 3 anos São Paulo e Fluminense estão se mantendo praticamente nas mesmas posições. O Fluminense, com o término da parceria com a Unimed, corre o risco de perder posições em breve caso não se reinventar em termos recursos. 

Como previso em 2012 e confirmado em 2013 o Atlético Mineiro chegou na primiera metade do ranking em 2014 com mais duas conquistas.


Os quatro últimos clubes no ranking permanecem os mesmos, e nas mesmas posições de 2013 e devem tomar providências para evitar que essa diferença não aumente ainda mais. O Botafogo, devido a uma série de problemas na sua gestão, foi rebaixado em 2014, correndo o riso de perder mais posições nos próximos anos. Infelizmente as conquistas de 2013 não foram suficientes e sustentáveis para o clube mudar de patamar, fato similar ao ocorrido com o  Vasco da Gama em 2011.

Os atuais clubes que estão na ponta ou se destacando no ranking não necessariamente possuem uma grande estrutura, mas comprovam que, trabalhando com profissionais competentes e utilizando uma gestão eficaz, conseguem atingir seus objetivos.
Cada vez mais a gestão tem que ser prioritária em relação à política dentro dos clubes. Não adianta nada contratar profissionais, se a cultura e o modus operandi dos clubes permanecerem inalterados, com os dirigentes estatutários sempre dando a última palavra. Metas e autonomia nas decisões devem ser cada vez mais implementadas  dentro dos clubes.
Os primeiros movimentos no final do ano demonstram que pouca coisa deve mudar em 2015, ainda mais com os clubes buscando equalizar suas receitas e despesas, num momento de recursos escassos. Daqui a 365 dias, vamos constatar se as atuais tendências se fortalecerão ou se teremos mudanças de posições que alterem o status atual dos principais clubes do futebol brasileiro.

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