Don´t Cry For Me Argentina
Há 10 dias tivemos mais uma aula de futebol
no emocionante e grandioso jogo entre Real Madrid e Barcelona. As duas máquinas
de jogar futebol, de marketing e de fazer dinheiro entregaram para uma
audiência mundial mais um jogo inesquecível, onde não faltou nenhum ingrediente
de um grande evento esportivo.
Chamou a atenção que, praticamente no mesmo horário das semifinais em grande parte dos estaduais, o jogo entre os gigantes espanhóis tenha despertado enorme envolvimento dos brasileiros, tanto que foi o terceiro país que mais mencionaram e/ou utilizaram hashtags sobre o jogo entre Real e Barcelona.
As grandes marcas globais, de olho num mercado ainda muito
mal explorado pelas marcas brasileiras, estão efetuando ativações e atingindo
um grande público no território nacional com muita eficiência. Os resultados
estão comprovando que cada vez mais temos torcedores brasileiros torcendo para
times europeus desde a infância.
A tendência no momento é que esse número cresça pois a cada
semana vemos atitudes e fatos que só denigrem a imagem do futebol brasileiro e
sul-americano. Um péssimo exemplo disso foi a vergonhosa atitude de todos os
envolvidos no jogo Peñarol e Palmeiras pela Copa Libertadores. Uma antítese do
que Real Madrid e Barcelona ofereceram no final de semana.
Segundo pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas, cerca
de 40 milhões de brasileiros não torcem para time algum. O segundo colocado é o
Flamengo com 33 milhões. Portanto podemos verificar que o maior contingente de
brasileiros não torce para nenhum time. 40 milhões é praticamente uma
Argentina.
No livro “A Estratégia do Oceano Azul” os autores mencionam
que para buscar maior lucratividade e competitividade, o ideal é focar nos não
clientes e em setores alternativos. Por enquanto o que vemos no Brasil são 40
milhões de não clientes lamentando a falta de interesse dos gestores esportivos
em buscar entendê-los e atraí-los. Além disso é possível que muitos destes 40
milhões devem estar entre os que fizeram comentários no Twitter sobre o
clássico de Madrid.
Cabe a nós, que vemos o enorme potencial inexplorado no esporte
brasileiro, lamentarmos utilizando o célebre refrão da música de Adrew Llooyd
Webber e Tim Rice para o musical Evita:
“Don´t Cry For Me Argentina!!”
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